Falta de Investimentos é pano de fundo para escassez de água no RS

A falta de ampliação da estrutura de abastecimento de água dos municípios gaúchos atendidos pela Corsan tem sido causada pela escassez de investimentos por parte da companhia para acompanhar as demandas da população, especialmente durante o verão. A crise hídrica que vem assolando as cidades é recorrente e, conforme as manifestações dos prefeitos de grande parte das regiões afetadas, não são somente a falta de chuvas, o aumento das temperaturas e a baixa dos rios e barragens, são as causas dos problemas da escassez de água. Mas, principalmente, o descompasso e o volume de investimentos necessários.

O problema vem repetindo há décadas no Rio Grande do Sul e, em todos os verões, surgem deficiências de estrutura como o rompimento de tubulações, falta de pressão da água para chegar às torneiras e reservatórios defasados. O tema tratado pelas prefeituras e Câmaras de Vereadores remete à crônica falta de investimentos, que vem servindo de pano de fundo desta situação e não se reflete apenas no abastecimento de água, como também repercute no atual déficit de oferta de esgotamento sanitário a estas mesmas populações.

Conforme recente estudo do Instituto Trata Brasil e Go Associados, o investimento por habitante realizado pela Corsan nos municípios em que atua, é  30% menor que a média nacional para o setor, e 36% menor que os investimentos realizados na região sul do País,

Para alcançar as metas do Marco Legal do Saneamento Básico no país, será necessário aproximadamente R$ 1 bilhão por ano a mais em investimentos, além do que a Corsan vem realizando historicamente. Sem esses investimentos projetados, em 2033 os municípios atendidos pela companhia terão apenas 48% de cobertura de esgoto.

Ainda de acordo com o levantamento, a tendência é que o sistema atual fique ainda mais sobrecarregado, pois para cada dia que a desestatização atrasa, um volume de 1.165 habitantes são privados de atendimento no Rio Grande do Sul.

Veja gráfico (abaixo) o investimento que a Corsan vem fazendo no Rio Grande do Sul e o aporte que a Aegea vai realizar para cumprir as metas do Marco Legal do Saneamento

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