Desafios e soluções: o terceiro setor no combate ao racismo ambiental

Racismo ambiental refere-se à discriminação e injustiças sociais decorrentes da degradação ambiental, afetando desproporcionalmente populações de minorias étnicas, evidenciando desigualdades nos impactos socioambientais. Conheça organizações do terceiro setor engajadas com a causa. O conceito de Racismo Ambiental refere-se ao processo de discriminação e injustiças sociais enfrentadas por populações pertencentes a minorias étnicas devido à degradação ambiental e às mudanças climáticas. Este termo destaca uma violação de direitos, evidenciando que os impactos socioambientais não afetam todas as comunidades de maneira igual.

 

Durante a COP-28, em 2023, a problemática do racismo ambiental recebeu atenção internacional, dada a ocorrência de crises humanitárias e climáticas em todo o mundo. Órgãos governamentais do Brasil, como o Ministério da Fazenda, do Meio Ambiente e da Igualdade Racial, colocaram a pauta do racismo ambiental na mesa de discussões, buscando estratégias e ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas sobre as populações mais vulneráveis.

O tema também foi abordado no programa “Olhar da Cidadania” do Observatório do Terceiro Setor, onde foram levantadas reflexões sobre as interações sociais e raciais no contexto das questões ambientais.

“3% dos habitantes de Rondônia possuem água e esgoto encanados, (…) dos 97% que sobram, a esmagadora maioria vive de fossas sépticas, joga seus dejetos do rio, contaminando o meio ambiente e podendo comprometer a saúde da comunidade. A outra parte da população está em condomínios fechados que possuem sistema de tratamento de esgoto, deste modo, contribuindo para uma qualidade de vida acima dos demais”, expôs o sociólogo e pesquisador Rafael de Andrade.

Um estudo do Instituto Trata Brasil revelou que 46,3% das residências no Brasil enfrentam privações em saneamento básico. A pesquisa destacou que essa privação afeta principalmente jovens com menos de 20 anos, assim como pessoas pretas, pardas e indígenas. A região Nordeste foi identificada como a mais impactada em todas as dimensões analisadas. Entre as descobertas mais alarmantes, constatou-se que 70,2% das residências sem acesso à rede geral de água estavam abaixo da linha de pobreza em 2022.

 

Terceiro Setor no combate ao racismo ambiental

Combater o racismo ambiental é combater desigualdades e contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Conheça 5 organizações do terceiro setor que atuam pela causa.

 

Habitat para a Humanidade Brasil

A Habitat para a Humanidade Brasil é uma organização da sociedade civil que, há mais de 30 anos, atua para combater as desigualdades e garantir que pessoas em condições de pobreza tenham um lugar digno para viver. Presente em mais de 70 países, a organização promove a incidência em políticas públicas pelo direito à cidade e soluções de acesso à moradia, à água e ao saneamento, em articulação com diversos setores e comunidades.

 

Instituto Trata Brasil

O Instituto Trata Brasil, uma OSCIP composta por empresas comprometidas com o avanço do saneamento básico e a preservação dos recursos hídricos, dedica-se desde 2007 ao combate do racismo ambiental. Seu objetivo é informar e mobilizar os cidadãos para exigir a universalização do serviço essencial de saneamento básico no Brasil. Conscientes da desigualdade persistente, especialmente em regiões mais pobres, o Instituto realiza projetos em comunidades vulneráveis, onde a falta de água tratada e a exposição diária a esgotos a céu aberto são realidades. Suas ações, abrangendo os eixos “Água e Cidadania pela Vida“, “Trata Brasil na Comunidade” e “Apoio ao Saneamento Rural e em Áreas Isoladas“, buscam promover um país mais justo, garantindo acesso universal à infraestrutura básica.al de água

 

 TETO Brasil

A ONG TETO Brasil trabalha pela construção de um país justo e sem pobreza. Em associação com a organização internacional TECHO, presente em 18 países da América Latina, está desde 2006 no Brasil, mobilizando voluntários e voluntárias para atuar lado a lado de moradores e moradoras em comunidades precárias de diferentes Estados. Constrói soluções concretas e emergenciais que proporcionam melhorias nas condições de moradia e habitat destes territórios.

 

Rede Mondó

A Rede Mondó é uma organização que atua para fortalecer as pessoas e impulsionar a melhoria da educação na região Amazônica. Seu intuito é promover uma transformação social, econômica, ambiental e cultural das comunidades ribeirinhas no Arquipélago do Marajó, no Pará. O projeto, idealizado em 2020 pela Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), já realizou mais de 40 ações e impactou indiretamente a vida de mais de 60 mil pessoas.

 

Fundo Brasil

O Fundo Brasil de Direitos Humanos é uma fundação independente com a proposta de construir mecanismos sustentáveis para captar recursos destinados aos defensores de direitos humanos e que, ao longo de seus 16 anos de existência, já doou R$ 50,2 milhões e apoiou mais de 1.200 projetos de defesa dos direitos humanos em diferentes causas. Por meio de editais, captação de recursos, programas de apoio a comunidades (Programa Rio Doce), dentre outros, o Fundo garante uma melhoria na qualidade de vida da sociedade.

 

 

Fonte: Redação OBSERVATÓRIO 3º SETOR

Compartilhe