De acordo com dados do SINISA 2023, somente 49% do esgoto gerado é tratado – uma piora de 2,2% em relação ao índice passado
No dia 5 de junho é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, uma data que ressalta a importância da conservação ambiental e busca fomentar políticas públicas para mitigar a constante degradação do nosso ecossistema. No Brasil, a precariedade do saneamento básico impacta diretamente a biodiversidade local pela contaminação resultante do despejo irregular de esgoto.
Segundo informações recentes do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), ano-base 2023, somente 49,0% do esgoto gerado é tratado – uma piora de 2,2% em relação ao índice de 52,2% registrado em 2022.
Esse volume significa que 5.481 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são lançadas diariamente no meio ambiente, contaminando os corpos hídricos e a rica biodiversidade brasileira. Houve um aumento no despejo irregular quando comparado com 2022, quando um volume de 5.253 piscinas olímpicas era lançado sem tratamento adequado.
O esgotômetro do Instituto Trata Brasil, inspirado no impostômetro, calcula diariamente quantas piscinas olímpicas já foram despejadas. Considerando o período até o dia 5 de junho, data do Dia Mundial do Meio Ambiente, mais de 855 mil piscinas olímpicas de esgoto terão sido despejadas no solo brasileiro.
Esse número evidencia a urgência de alcançar as metas de universalização do saneamento até 2033. A ausência de serviços de coleta e tratamento de esgoto, além de contaminar o meio ambiente, afeta corpos hídricos que são fonte de abastecimento de água para milhares de habitantes, compromete atividades como agricultura e pecuária, e impacta setores como o turismo. Para a população, a falta de coleta e tratamento de esgoto cria um cenário propício à proliferação de doenças, afetando a vida de pessoas de todas as idades, desde crianças até idosos.