Levantamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil revela, ainda, que 33 milhões de pessoas no país não têm acesso à água potável e que a falta de saneamento básico ainda é um problema para 100 milhões de brasileiros.
Todos os dias, o Brasil joga fora uma riqueza que tem se tornado mais escassa no mundo inteiro, e o país está desperdiçando esse bem em um volume assustador. Desde 2015, a água que se perde inutilmente a cada 24 horas encheria 8 mil piscinas olímpicas.
A água que é captada e tratada nem chega à torneira. De cada 10 litros, quatro se perdem antes de chegar ao destino.
“Esse volume representa aí cerca de 8 mil piscinas olímpicas de água que estariam sendo perdidas na distribuição para chegar até às pessoas, à residência das pessoas. E é um volume também próximo a sete vezes o volume do sistema Cantareira, que é o nosso principal complexo de reservatórios de água aqui do estado de São Paulo”, afirma André Machado, coordenador de comunicação do Instituto Trata Brasil.
O estudo divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Instituto Trata Brasil mostra ainda que, de 2015 a 2021, o desperdício cresceu no país: 3,6% em seis anos, o que elevou a média nacional para 40,3%.
O Amapá lidera o ranking: quase 75% da água distribuída se perdem pelo caminho. Enquanto isso, na capital, Macapá, tem gente que precisa madrugar para não ficar com a caixa d’agua vazia.
“A situação de água está precária, porque tem vez que precisamos levantar 2h, 3h, para tentar puxar a água da bomba para encher as caixas”, conta o garçom Thiago Dutra.
E há quem enfrente uma situação ainda pior. O estudo revela que 33 milhões de pessoas no Brasil não têm acesso a água potável.