Instituto Trata Brasil alerta: RS está bem abaixo da média brasileira em Saneamento

Em apresentação no Encontro de Verão da Famurs (14/03), a presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, expôs aos prefeitos gaúchos os indicadores que formam a posição do Rio Grande do Sul no quadro atual do saneamento brasileiro.

Conforme estudos recentes divulgados pelo Instituto, o estado gaúcho está abaixo da média nacional no tratamento de esgoto registrando apenas 39% de coleta enquanto a pontuação média no país é de 55%. Como apenas 25% do volume de esgoto produzido no estado recebem tratamento, o Rio Grande do Sul registra menos da metade da média (51,2%) alcançada pelo conjunto dos estados brasileiros.

Também no investimento em saneamento básico, o RS está abaixo da média nacional gastando R$ 58,00 por ano/habitante, enquanto a média nacional é de R$ 82,00. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, São Paulo investe R$ 126,00 por ano/habitante e o Paraná R$ 121,00. Neste indicador, o estado gaúcho perde também para Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, entre outros.

A presidente do Instituto Trata Brasil considerou que, para atingir a meta do Marco Legal do Saneamento no prazo de 10 anos, teremos que estar investindo R$ 200,00 por ano/habitante em saneamento básico.

Para Luana Pretto, “é um enorme desafio para o Rio Grande do Sul que precisará de um grande volume de investimentos para ultrapassar os R$ 58,00 por ano/habitante e, assim, alcançar a meta do Marco Legal.

Resultados

O Instituto Trata Brasil estima que o país ganhe R$ 1,4 trilhão com a universalização do saneamento básico. Isto porque haverá redução de custos na área da saúde, com um número menor de pessoas doentes; ganho em produtividade, com menos faltas ao trabalho em função de moléstias decorrentes da falta de saneamento; crescimento do turismo, com praias despoluídas; melhor rendimento na educação, com menos crianças faltando à escola devido a redução dos riscos à saúde. Por fim, o Instituto cita a valorização imobiliária já que atualmente muitos empreendimentos imobiliários (condomínios) deixam de ser construídos por falta de estrutura de saneamento básico.

A presidente do Instituto considera que, com os investimentos previstos, e a universalização do saneamento, os atuais indicadores brasileiros e, em especial, os do Rio Grande do Sul, irão alcançar outro patamar, avançando para uma posição de mais desenvolvimento.

Ela adiantou aos prefeitos gaúchos reunidos em Xangrilá, no Litoral Norte do RS, que o Trata Brasil prepara a divulgação de novos estudos, brevemente. O próximo trabalho irá demonstrar que  grandes cidades gaúchas perderam posição no ranking do saneamento do Brasil. “Esta é uma realidade que precisa ser mudada” –  comentou –  “porque precisamos transformar o Brasil e o Rio Grande do Sul por intermédio da priorização do saneamento básico”.

Download da apresentação.

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